A doença silenciosa do escritório

Publicado em: 11/07/2015

Fui procurar na internet quais eram os trabalhos mais perigosos do mundo. Se analisarmos os resultados que encontrei, em nenhum caso aparece algo parecido com o trabalho de escritório.

Por curiosidade, segundo o site http://hypescience.com/, as três primeiras colocações ficam com as seguintes atividades:
1º) Limpador de janelas dos prédios de Dubai
2º) Eletricistas de helicópteros
3º) Treinador de crocodilos

Bom, com certeza, entendemos que são trabalhos de alto risco, um risco imediato eu diria. Ou o limpador de janelas de Dubai escorrega e perde a vida, ou ele sobrevive e continua fazendo a sua atividade.

Trabalhar em escritório, de fato, não apresenta um risco de vida imediato, como nas atividades acima descritas. Porém chamo a atenção para a doença silenciosa que costuma atingir usuários de escritórios, principalmente aqueles que passam o dia todo em frente ao computador.

Quando não percebemos os sintomas, fica muito difícil de entender que algo não está nos fazendo bem. É no acúmulo de muitas horas trabalhando em posições inadequadas que começamos a sentir algum tipo de desconforto. E o que é pior, normalmente não nos importamos e continuamos repetindo nossas atividades da mesma forma.

Ouvi, de um professor alemão, que a doença de escritório pode ser representada pela imagem de um iceberg. Achei fantástica essa associação. A parte que enxergamos, que aparece para fora d’água, é só a pontinha de um grande volume já consolidado. A doença silenciosa de escritório se torna grave, justamente, pois se desenvolve da mesma forma. Quando percebemos os pequenos sintomas, já estamos estamos desenvolvendo algo mais sério.

É por isso que tratamentos superficiais até ajudam, mas não vão resolver o problema. A solução está na origem, na fonte. Devemos repensar o local onde trabalhamos para melhorarmos a nossa saúde.

Temos a tendência de nos acostumar com os desconfortos e dores. Situações que se repetem e que parecem normais para muitos, não são normais! “Sempre tive dor no pescoço. É normal, pois passo muito tempo em frente ao computador”

Assim como qualquer outra doença, o quanto antes identificarmos os problemas, mais fácil será de resolvê-los.

A Doença Silenciosa

Priscilla Bencke

Arquiteta, pós-graduada em Arquitetura de Interiores, se especializou em Projetos para Ambientes de Trabalho na escola alemã Mensch&Büro Akademie.

Única profissional no Brasil com a certificação “Quality Office Consultant”.

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