Setembro Amarelo: Como o ambiente de trabalho pode auxiliar na redução do nível de estresse e prevenção do suicídio?

Publicado em: 06/09/2018

Setembro Amarelo: Como o ambiente de trabalho pode auxiliar na redução do nível de estresse e prevenção do suicídio?

 

A arquiteta especialista em ambientes de trabalho explica porque criar um ambiente de trabalho adequado é fundamental para oferecer qualidade de vida e saúde ao colaborador

 

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil é considerado o país mais depressivo da América Latina. Apesar da fama internacional de ser naturalmente “alegre”, os dados apontam que mais de 10 milhões brasileiros são acometidos pelo distúrbio. No ambiente de trabalho, são cerca de 40% de pessoas que retratam níveis patológicos de estresse, de acordo com o Instituto Qualidade de Vida.

O número tão alto chamou a atenção e criou-se a campanhaSetembro Amarelo”, apoiado no Brasil pelo CVV (Centro de Vacinação da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria). O objetivo é estimular a conscientização sobre a prevenção do suicídio.  Mundialmente, a campanhada é apoiada pelo IASP (Associação Internacional para Prevenção do Suiíciod).

A arquiteta especialista em ambientes de trabalho da Qualidade Corporativa, Priscilla Bencke explica que o ser humano é sensível e suscetível às influências do ambiente que o rodeia. “Nós somos somos seres sensoriais, ou seja, através dos nossos sentidos a gente percebe o ambiente ao nosso redor. Então, somos influenciados o tempo todo pelas informações que a gente está recebendo do nosso entorno”, destaca ela.

Situações políticas, culturais e sociais, mesmo que indiretamente, interferem no equilíbrio das pessoas. Evitar locais desconfortáveis não é uma tarefa complicada, porém, a situação muda quando o ambiente em questão é o local de trabalho. “Então, se a gente passa de 8… 9 e até 10 horas do nosso dia dentro de um ambiente, a gente precisa ter consciência de que o ambiente, sim, está impactando na gente. Então, ele impacta e a gente percebe o espaço através dos nossos receptores que temos espalhados pelo nosso corpo”, afirma a especialista.

Esse impacto não é apenas um abalo psicológico. Seus desdobramentos físicos são perceptíveis na falta de produtividade, de motivação e na falta de engajamento nas atribuições, além dos problemas de saúde, dentre elas, a depressão. “Situações de estresse e depressão, muitas vezes, podem ser intensificadas pelo ambiente físico no qual as pessoas frequentam”.

A solução para buscar reverter o estresse corporativo é a criação de um ambiente descontraído para uso dos colaboradores da empresa. Segundo Priscilla, “da mesma forma que o ambiente pode intensificar isso, a gente também precisa entender que o ambiente pode reduzir um pouco esse impacto. Imagina uma pessoa que não está muito bem, está deprimida, ou ela está estressada, mas chega a um ambiente que é um lugar bacana, que tem uma vista para uma área verde agradável, que recebe uma iluminação natural”.  

Para suprir essa demanda em busca da qualidade de vida, a aplicação da neuroarquitetura nos ambientes de trabalho tem sido a principal solução. “A gente procura realmente sentar e conversar com cada um dos colaboradores para entender as necessidades deles. Essa é uma forma muito interessante de conseguir perceber a satisfação desses colaboradores, o engajamento, motivação deles com o trabalho. E isso você consegue perceber através de uma conversa, inclusive se ela realmente está bem, estável psicologicamente ou não”, observa Priscilla.

Para a especialista, criar um projeto que influencie de forma positiva no estado emocional dos colaboradores é benéfico não só para a pessoa, mas para a empresa também. “Todo mundo tem que estar com o mesmo diálogo, com a mesma consciência, com a mesma vontade de criar um ambiente saudável e, acima de tudo, mais humano”, conclui a arquiteta.

 


*Conteúdo produzido pela Visão Estratégica Comunicação (www.visaoestrategica.com.br)

Priscilla Bencke

Arquiteta, pós-graduada em Arquitetura de Interiores, se especializou em Projetos para Ambientes de Trabalho na escola alemã Mensch&Büro Akademie.

Única profissional no Brasil com a certificação “Quality Office Consultant”.

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