Por que a NEUROARQUITETURA é importante no ambiente corporativo?

Publicado em: 16/08/2017

*por Visão Estratégica

 

Por que a NEUROARQUITETURA é importante no ambiente corporativo?

 

De acordo com uma pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde, o Brasil é o país com mais casos de depressão e ansiedade da América Latina. Os índices superam a média mundial. Nos casos de depressão, 5,8% da população nacional é atingida. Além disso, a ansiedade afeta milhões de pessoas. No Brasil, a taxa é de 9,3%. O resultado da pesquisa é assustador, pois mostra que é preciso cuidar melhor das pessoas e oferecer melhores condições de vida, principalmente nos aspectos sociais e de relacionamento nos mais diversos setores. Porém, em decorrência do quadro político, econômico e social do País, é uma consequência o resultado alarmante da pesquisa, não fosse o fato de que as duas doenças (depressão e ansiedade) as que mais influenciam a incapacidade das pessoas e estarem ligadas diretamente com o espaço corporativo. Isso mesmo que você acaba de ler: o ambiente de trabalho é um dos motivos pelos quais as pessoas mais desenvolvem doenças.

Hoje em dia as empresas investem em qualificação profissional, preparação e organização do trabalho a ser executado pelo colaborador, mas ainda um pequeno número se preocupa com o espaço físico onde essas pessoas desenvolvem suas aptidões. Na maior parte dos casos, esse espaço não reflete e não é coerente com o processo funcional. Dessa forma, não adianta capacitar uma pessoa para trabalhar em um ambiente desestimulante, pois o profissional não dará o melhor dele. O ambiente de trabalho está ligado ao desempenho profissional, pois cada elemento que o compõe desperta diferentes estímulos nas áreas do cérebro, que colaboram ou não para que ele execute a atividade com excelência.

Alguns estudos mostram que a arquitetura, a decoração e a forma como o ambiente de trabalho é organizado podem contribuir para diminuir essas incidências e podem melhorar na produtividade dos colaboradores. Não só eu, mas também vários especialistas debatem como transformar ambientes de trabalho em áreas saudáveis e menos estressantes para os funcionários. Através da neuroarquitetura é possível promover mudanças no espaço físico para melhorar o clima e a produtividade, uma ação muito estratégica que permite tornar os profissionais melhores nas suas ações, sempre relacionando o impacto desses ambientes na vida das pessoas. Trata-se de um novo campo de estudos que busca entender como o cérebro reage a diferentes espaços construídos.

É onde entra a neurociência e a neuroplasticidade para enriquecer o ambiente e para deixar o cérebro das pessoas mais plástico, influenciando diretamente no desempenho dos colaboradores. A neuroarquitetura, portanto, é uma ferramenta para adequar o ambiente. Assim, as pessoas passam a produzir melhor e as empresas ganham profissionais mais motivados e dedicados nas suas respectivas áreas. Num momento onde as empresas precisam reduzir custos, ganham aquelas que conseguem investir no espaço físico para que as pessoas atuem mais satisfeitas e com resultados mais produtivos.

Criar espaços inteligentes é o principal foco da neuroarquitetura. Um escritório precisa levar em conta a iluminação, a acústica, a vegetação, as cores e os espaços interativos que estimulem a troca entre os funcionários. Todas essas influências estão interligadas a uma questão de saúde. Nós temos um relógio biológico dentro do nosso organismo e precisamos perceber os períodos da manhã, tarde e noite, principalmente quando começa a anoitecer, pois produzimos mais hormônios relacionados ao sono. Estar só sobre a iluminação artificial durante o dia faz as pessoas não perceberem o horário passar, o que dificulta e propicia para que se aumente a dificuldade na hora de descansar ou dormir, causando insônia, que impacta diretamente na produtividade e na saúde das pessoas.

De acordo com um estudo publicado na revista cientifica Journal Clinical Sleep Medicine funcionários que desfrutam de luz natural têm mais chances de se manter saudáveis e de bom humor. As janelas com vista para a “natureza” ajudam a diminuir a frequência cardíaca e reduzem o nível estresse. A necessidade de qualquer ser humano é a conexão com a natureza. Por isso, é uma ação da neuroarquitetura distribuir folhagens e plantas próximas aos locais de trabalho o que aumenta em 6% a produtividade e estimula em 15% a sensação de bem estar e criatividade do profissional nestes ambientes. A vegetação também pode ser criada virtualmente através de imagens, quadros, telas com projeções de imagens ou revestimentos que simulam madeira, pedras e plantas. Além de ser econômico é bem fácil de aplicar no ambiente.

Os ruídos são os principais vilões de qualquer ambiente de trabalho. É impossível se manter concentrado com o barulho do trânsito da rua, com o colega da mesa ao lado falando no telefone ou com o ruído do ar condicionado que já não funciona direito. Pesquisas mostram que diminuímos 40% da capacidade de produção com a presença de barulhos externos. Ou seja, os erros aumentam em quase 30%, devido às distrações em ambientes com a presença de ruídos. Muitos escritórios usam cores vibrantes para fugir da monotonia do branco e do cinza, mas, isso pode ser um erro, pois cada cor atinge uma área do cérebro de forma diferente a partir da nossa visão, gerando determinados comportamentos em cada um.

Por isso, é muito importante ter um estudo na hora de escolher a melhor cor para o ambiente, observando, deforma bem generalizada, suas categorias das cores quentes e das cores frias. As frias dão sensações mais calmas e tranquilizantes. Já as core nos deixam mais ativos. Dentro dessa variação, há muitas formas de se trabalhar o ambiente, pensando sempre em qual será a melhor cor para cada área de atuação. Por exemplo: em se tratando do estresse, as cores quentes devem ser evitadas, pois elas deixam o ambiente mais acelerado, causando as sensações de excitação e ansiedade.

Investir em elementos naturais através da neuroarquitetura cria estímulos para que os funcionários produzam, até mesmo, resultados financeiros para a empresa. Além disso, evita o presenteísmo que é o nome dado ao fenômeno de se estar de corpo presente no ambiente de trabalho, mas, por vários motivos o profissional não tem produtividade. Sendo assim, o indivíduo está fisicamente presente, mas a mente não está. A principal ideia da arquitetura moderna é fazer hoje ambientes corporativos que propiciem a sensação de bem estar aos colaboradores e, por consequência, aumentem a qualidade de vida nos diferentes espaços físicos planejados através da neuroarquitetura evitando doenças como a depressão ou a ansiedade.

Mais sobre Priscilla Bencke

Especialista em projetos para Ambientes de Trabalho, consultora internacional de Qualidade em Escritórios, graduada em Arquitetura e Urbanismo pela UFRGS e pós-graduada em Arquitetura de Interiores pela UniRitter Laureate International Universities. É responsável pela Bencke Arquitetura e atua nas áreas de consultoria, projeto e execução, para empresas que buscam a produtividade através do bem estar e qualidade de vida aos colaboradores. Fundadora do conceito QUALIDADE CORPORATIVA: Smart Workplaces. É a organizadora da agenda de eventos em São Paulo e Porto Alegre sobre a arquitetura e neurociência.

 

* Conteúdo produzido pela Visão Estratégica Comunicação (www.visaoestrategica.com.br)


 

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Priscilla Bencke

Arquiteta, pós-graduada em Arquitetura de Interiores, se especializou em Projetos para Ambientes de Trabalho na escola alemã Mensch&Büro Akademie.

Única profissional no Brasil com a certificação “Quality Office Consultant”.

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