CRISE? SUPERE COM CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO

Publicado em: 06/05/2016

 

Em um momento de instabilidade econômica, como a que estamos vivendo, ser criativo e inovar é a estratégia que muitas empresas estão adotando para espantar a crise e se destacar no mercado. Sabemos que diminuiu o consumo e consequentemente as vendas, porém não significa que extinguiram! O mercado está acontecendo, mesmo que em ritmo mais lento, e as corporações que estão se desenvolvendo são as que estão se destacando por oferecer algo inovador.

Agora é a hora de desenvolver as habilidade criativas dos profissionais para encontrar novos nichos e oferecer produtos e serviços de forma mais assertiva. 

Assim como muitas outras habilidades que precisamos explorar no dia a dia, a criatividade e a inovação também podem ser ativadas através de ferramentas ambientais. Muito já falamos sobre a influência dos espaços físicos na forma como as pessoas trabalham, então que tal criar um local de trabalho que desperte o seu lado mais inovador?

Conversamos com Arieta Arruta, especialista em gestão da criatividade e inovação, diretora da empresa Farol de Ideias. Na entrevista abaixo, Arieta conta sobre como começou sua trajetória empreendedora e ainda aponta para a importância dos ambientes de trabalho e dá dicas para despertar a criatividade e inovação nas empresas.

3 Perguntas para Arieta

1. Conte um pouco sobre como começou sua trajetória empreendedora com a Farol de Ideias.

Eu tinha um sonho de ser empreendedora, mas ainda não sabia exatamente qual seria o modelo de negócio ou que ramo atuaria. Por 10 anos atuei em diversas áreas da Comunicação, pois minha formação inicial é Comunicação Social – com habilitação em Jornalismo. Me realizei em diversos trabalhos como colaboradora, sendo editora-executiva de revista, coordenadora de equipes em gestão de mídias sociais e revistas customizadas. Também sou especialista em Comunicação Corporativa e prestei serviços de assessoria de imprensa e como analista de comunicação em áreas como esporte, política, economia, turismo, tecnologia, gastronomia etc. Sempre estive envolvida em mais de dois projetos ao mesmo tempo. E por conta de tantas paixões que atuava paralelamente, acreditava que isso poderia ser um indício de falta de foco.

Foi a partir de uma crise pessoal profunda, que em 2014, iniciei uma guinada na minha carreira, começando pelo autoconhecimento, que acredito ser imprescindível para qualquer ser humano. Fui buscar a minha verdade e o que eu tinha de melhor para oferecer ao mundo.

A partir disso, encontrei uma especialização que tivesse a ver comigo para iniciar essa fase e que valorizasse a multipotencialidade. Foi então que me deparei com a Gestão da Criatividade e Inovação. Foi meu Day 1. O nascimento de um novo negócio. Desde o primeiro dia, queria abrir um negócio a partir desta experiência de estudos.

Surgiu a ideia de um negócio voltado a espaços de descompressão corporativos e de entretenimento. Seria um espaço para as pessoas desenvolverem o potencial mais característico do ser humano e mais bonito e que podemos aplicar em qualquer área que atuarmos: a criatividade. Mas aí, veio a dúvida: como mostrar às pessoas que a criatividade é importante no nosso trabalho e como desenvolver essa habilidade de abertura ao novo nas pessoas?

Surgiu, então, a primeira fase da Farol das Ideias, que tem como missão levar luz a este potencial que é inato ao ser humano, a criatividade, mas que deve ser desenvolvido de maneira consciente e continua. Como fazemos? Por meio de palestras, workshops e consultorias in company ou para profissionais autônomos que querem se reinventar e buscar soluções por meio de ferramentas e conhecimento do processo criativo. Aplicamos este trabalho desde 2015 em Curitiba e Maringá (PR).

Este ano, na Farol das Ideias, entramos em uma nova fase. Junto com o meu sócio, Igor Castanho, estamos projetando uma solução tecnológica para ampliar o nosso grau de capilaridade e atuação. Queremos levar mais conhecimentos transformadores sobre criatividade às pessoas no mundo corporativo, que é a característica básica da Inovação de qualquer organização. Estamos muito animados com essa trajetória de muito trabalho e de encontros com pessoas que também estão alinhadas com o fazer diferente e fazer com paixão!


 

2. Pela sua experiência, qual a importância dos espaços físicos no desenvolvimento de profissionais mais criativos e inovadores?

Diria que é essencial, pois é a partir dos elementos externos que as pessoas começam a se alimentar para ter novas ideias, assim como é importante as relações de trabalho, de colaboração. A maior rede de captação que nós seres humanos temos para nos inspirar no mundo são os nossos 5 sentidos, ou melhor, 6 sentidos: olfato, tato, audição, visão, paladar e adicionaria aí a intuição (nossa porção da espiritualidade). Aliado a isso, vem o modo da gestão e da visão estratégica da empresa, que deverão ter o cuidado de olhar para esse material humano e aproveitar.

Por isso, ambientes ruins, bagunçados, esteticamente mal cuidados não contribuem para a criatividade e a inovação. Um dos cases que estudei são os espaços da maior empresa de internet do mundo, a Google. Um dos itens considerados por lá para ampliar a produtividade e a inovação é o espaço físico e o clima de trabalho. Os espaços físicos do Google refletem e contribuem sobremaneira para o ambiente de inovação da companhia. É possível observar que existem diversas áreas de descompressão e convivência como espaços de descanso, salas de jogos e lazer, áreas de alimentação e para cozinhar, assim como espaços para atividades físicas. Os colaboradores produzem em espaços descontraídos, o que possibilita novas conexões e novas maneiras de solucionar os desafios do dia a dia corporativo. A inovação está em seu DNA.

É ingenuidade pensarmos que é “frescura”. Na realidade esses elementos físicos, artefatos e combinações de ambientes que colaboram e muito com a estratégia da empresa. Mas isso não serve somente para empresas de tecnologia com colaboradores muito jovens, pois olhando para o ser humano, todos nós temos necessidades muito parecidas. Basta olhar com atenção e empatia para que as empresas se beneficiem disso.

Nestes espaços, devem ser utilizados mobiliários confortáveis, levando em conta a ergonomia para o relaxamento, com cores apropriadas, um toque de humor e com o uso do design emocional para atender as necessidades de acolhimento, criatividade, autonomia, espontaneidade e relacionamentos interpessoais daquela empresa.


 

3. Qual dica você poderia dar para as empresas que estão buscando desenvolver equipes mais criativas e inovadoras? Como despertar essas habilidades nos profissionais?

O ambiente de trabalho precisa lançar mão de diversas ferramentas de estímulo para que os colaboradores se sintam pertencentes desse ambiente, se sintam acolhidos, preenchidos e imbuídos da vontade de colaborar com o sucesso da empresa. Essas ferramentas não necessariamente demandam custos adicionais. Pelo contrário, muitas vezes, podem implicar em redução de custos a curto e longo prazos, gerando uma inovação de processos, por exemplo. Por isso, é importante investir em formação corporativa para conduzir os processos de inovação e desenvolver a potencialidade criativa dos colaboradores.

Outro detalhe complementar é olhar para os colaboradores com um foco muito humanista. É assim, que conseguiremos extrair o melhor destes profissionais. É dando a eles no dia a dia protagonismo e autonomia, que é a liberdade com afinado senso de responsabilidade. Fazemos isso a partir da colaboração, da abertura ao novo, da tolerância ao erro, da formação de redes multidisciplinares em projetos, como já acontece em empresas de outros países.

As relações sociais tanto quanto as internas, como o autoconhecimento e autorealização são extremamente importantes para reter talentos e manter colaboradores felizes, mais produtivos e arriscando-se com maior facilidade ao ambiente das novas ideias, item indispensável para um ambiente que gera inovação.

Devemos estabelecer uma relação de ganha-ganha-ganha. Ganham os colaboradores, ganham as empresas e ganha a sociedade. Empatia, colaboração, gestão horizontal, espaços físicos mais humanos, relações ganha-ganha são os novos valores corporativos do século XXI.

Saiba mais:
Farol das Ideias
Site: http://faroldasideias.wix.com/faroldasideias

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Priscilla Bencke

Arquiteta, pós-graduada em Arquitetura de Interiores, se especializou em Projetos para Ambientes de Trabalho na escola alemã Mensch&Büro Akademie.

Única profissional no Brasil com a certificação “Quality Office Consultant”.

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