Como serão os escritórios do futuro?

Publicado em: 18/04/2019

*Escrito por Carolina Schadrack

 

Como serão os escritórios do futuro?

 

Esses dias, em uma conversa com uma colega surgiu o questionamento: Como você acha que serão os escritórios daqui a 10, 50 e 100 anos?

Os escritórios vão deixar de existir? (spoiler: não!)

Bom, vamos por partes.

Todos concordamos que estamos em constante evolução, certo? I mean, nos últimos 20 anos temos vivido um “boom” tecnológico incrível que nos permitiu viver de maneira nunca antes imaginada. Ao mesmo tempo, ainda não temos carros voadores e nem babás robôs – se bem que quase, né?! A questão é: é difícil prever o futuro. De todo modo, existem algumas tendências que temos visto se concretizar nos últimos anos, e que acabam apontado para uma direção.

A principal delas, em minha visão, é o aumento da flexibilidade. Flexibilidade de tempo, no espaço físico, na cultura e na conectividade. Essa é uma questão delicada, mas que vem aos poucos se tornando mais e mais comum, e trazendo consigo inúmeros resultados para as empresas.

Através da arquitetura, com a proposta de ABW -Activity Based Working – podemos configurar o espaço para que todos tenham a oportunidade de estar no mesmo ambiente, e se sentar onde quiser. Em escritórios onde parte dos funcionários fica muito tempo fora, em viagens, ou realizando vendas, o ABW se faz especialmente válido, pois acaba reduzindo a quantidade de estações de trabalho: como não há um espaço fixo para cada pessoa, quando alguém falta, o lugar pode ser ocupado por outro funcionário.

Nos últimos 10 anos, o número de pessoas trabalhando em formato flexível subiu de 9% para 37%.
Em grandes empresas, como a Linkedin, o modelo já é utilizado. Milton Beck, diretor geral da empresa, conta que o lugar na sua frente hoje está vazio, mas até recentemente quem ocupava o espaço era um jovem de 18 anos, integrante do programa Menor Aprendiz. Do lado direito, fica a sua assistente, e do esquerdo o diretor de Recursos Humanos. Esse tipo de mudança, além de aproximar as pessoas e reforçar esse senso de equipe, acaba facilitando a comunicação entre as pessoas, e diminui a necessidade de reuniões, economizando tempo.

Um outro modelo que vem tendo um crescimento surpreendente (400% nos últimos 2 anos) são os coworkings. A ideia surgiu como uma alternativa econômica para quem está começando seu negócio e ainda não pode investir em um espaço próprio, mas hoje já ganhou inclusive empresas grandes e consolidadas, que veem no coworking uma oportunidade de economizar espaço no escritório e proporcionar mais flexibilidade aos colaboradores. Eu acredito que a grande jogada do coworking, é que ele promove encontros, encontros promovem conectividade e conectividade promove troca de ideias e conhecimentos.

O uso de home office também vem crescendo nos últimos anos, mas ele sozinho não funciona tão bem para a maioria das pessoas, pois precisamos de interação para trabalhar bem. A prova disso é o estudo que relata que a produtividade das pessoas aumenta 75% trabalhando no coworking quando comparado ao trabalho em home office.

Podemos concluir então, que há uma mudança no mundo na forma como as pessoas trabalham, mas que não importe quanto tempo passe, os escritórios vão sim sempre existir, sejam eles espaços privados ou compartilhados, pois precisamos estar com pessoas para estar bem.

 


Escrito pela integrante do SW TEAM:

 

Carolina Schadrack, arquiteta e urbanista graduada pela FURB e Especialista em Ambientes de Trabalho pela Mensch und Büro Akademie e Qualidade Corporativa Smart Workplaces. Tem como missão melhorar a qualidade de vida das pessoas através de um  ambiente de trabalho que proporcione experiências. Está a frente do escritório Firma Arquitetura, com foco em arquitetura corporativa, em Blumenau/SC.

 

 

Priscilla Bencke

Arquiteta, pós-graduada em Arquitetura de Interiores, se especializou em Projetos para Ambientes de Trabalho na escola alemã Mensch&Büro Akademie.

Única profissional no Brasil com a certificação “Quality Office Consultant”.

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