Como a arquitetura toca os nossos sentidos?

Publicado em: 06/11/2018

Como a arquitetura toca os nossos sentidos?

 

Todos nós já sentimos e nos remetemos à lembrança de algo que nos toca, seja em um museu, parque de diversões, igrejas históricas, jardins… Isso se dá porque entramos na atmosfera daquele lugar.

A natureza cria conexão do usuário com o ambiente, gerando uma experiência significativa.

Aprendemos sempre a projetar para o sentido da visão. Porém, quando vamos além da visão, criamos ambientes que nos tocam, que geram uma experiência sensorial.

Na arquitetura, para criarmos ambientes que tocam os sentidos, precisamos ter coerência dos materiais a serem utilizados. Por exemplo, em um parque de diversões existem cores, texturas, personagens, cheiros, lembranças da infância! Porcelanato, mármores, granitos, nos remetem a ambientes mais frios. Madeiras, tons de vermelhos, marrons, ambientes mais quentes.

Hoje, com a rapidez das mudanças, podemos criar uma boa experiência ao usuário, onde as pessoas irão se sentir melhor naquele espaço construído, diminuindo a ansiedade, o consumo do que “já está ultrapassado, assim que foi lançado”, do tudo ser “descartável” e criar uma identidade com o ambiente.

Para se criar atmosferas, experiências sensoriais, não precisa ser somente num parque, num jardim, em casa, num museu. Podemos ter projetos sensoriais nos nossos ambientes de trabalho, onde os profissionais passam a maior parte do dia e com isso irão se sentir mais valorizados, confortáveis, com uma conexão com aquele ambiente. O conforto ambiental gera o bem-estar físico, como a iluminação adequada, ergonomia, climatização e acústica – utilizados em projetos, através de normas técnicas, estratégias ambientais, como cores, vegetação, organização e composição do espaço, geram bem-estar mental, remetendo às experiências sensoriais.

Projetar ambientes que trazem o bem-estar, a socialização, solidariedade, esse é o foco. Além da forma e função, deve-se olhar os efeitos sociais que o projeto pode produzir em um usuário; vendo-o como um humano que irá vivenciar aquele ambiente, não apenas um usuário.

O ser humano é um ser sensorial. Não se pode mais projetar sem relacionar a neurociência aplicada à arquitetura. Uma vez que o profissional se identifica com o ambiente, sentindo-se confortável e parte daquele local, não o sente como ambiente de trabalho, mas um local de realizações e experiências, remetido aos sentimentos de lazer e bem-estar melhorando sua performance profissional.

 


Escrito pela integrante do SW TEAM:

Mariana Mendonça Godoy Pereira, Arquiteta e Urbanista formada pela Universidade FUMEC – MG. Especialista em Ambientes de Trabalho “Gepr. ArbeitsplatzExpertin” (MBA) pela Mensch&Büro die Akademie e Qualidade Corporativa. Trabalha com neuroarquitetura, projetos corporativos, residenciais e qualidade de ambientes.

Priscilla Bencke

Arquiteta, pós-graduada em Arquitetura de Interiores, se especializou em Projetos para Ambientes de Trabalho na escola alemã Mensch&Büro Akademie.

Única profissional no Brasil com a certificação “Quality Office Consultant”.

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